terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Condecoração da CGTP


Boa ideia a do Primeiro-ministro António Costa!

Com efeito a atribuição de uma condecoração ao Arménio Carlos, secretário-geral cessante, só viria sublinhar aquilo que  penso todos defendemos: a valorização dos dirigentes sindicais. E goste-se mais ou goste-se menos ninguém pode refutar a importância da CGTP, enquanto organização representativa de muitos milhares de trabalhadores, nem o papel desempenhado pelo seu dirigente máximo no combate por mais direitos para todos. Além do mais seguir-se-ia uma lista onde já constam, sem ter a pretensão de me lembrar de todos, Maria do Carmo Tavares, Fernando Abreu e Ruben Rolo (a título póstumo) da CGTP e Torres Couto, Rui Oliveira e Costa, Barbosa de Oliveira, Helena André e João Proença, todos oriundos da UGT.
Apoiado!
Wanda Guimarães










 

 

Corrente Sindical Socialista - CGTP


A Corrente Sindical Socialista (CSS) está de parabéns!

Não foi só a novidade de existir uma mulher candidata ao cargo de secretária geral ( e eleita) mas da CSS ter querido marcar a sua posição político-sindical ao apresentar também um candidato alternativo que pudesse quebrar a hegemonia comunista e dar visibilidade e força às propostas da Corrente.


Visão estratégica e coragem do Fernando Gomes que corporizou esta aposta. Boa Fernando, a luta continua!

Wanda Guimarães

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Os sindicalistas socialistas, o Partido Socialista e a UGT


Tem vindo a público, de forma acentuada nos últimos meses, o tema da relação entre os dirigentes sindicais socialistas e o Partido Socialista, realçando-se na oportunidade, pela voz do secretário geral da UGT, o facto de, não obstante os diversos pedidos formulados, não ter sido até hoje, recebido pelo Primeiro Ministro em exercício, o que provocará mau estar na Central Sindical.

Convém, precisando o tema, que o mau estar invocado, começou em momento anterior às últimas eleições legislativas, quando se verificou que as listas apresentadas pelo Partido Socialista não somente arredavam das mesmas um sindicalista até aí presente na Assembleia da República como, nenhum ou nenhuma eram indicados em lugares presumivelmente elegíveis para a AR.

A este propósito, foi enviada em agosto de 2018, ao Secretário Geral do PS e à Vice-Secretária Geral uma carta subscrita por alguns militantes e dirigentes socialistas, onde me incluo, na qual era expressa, de forma acentuada, o nosso desencanto com a opção assumida pelo Partido.

Posteriormente, numa reunião convocada pelo Secretário Geral da Tendência Sindical Socialista, ainda antes do ato eleitoral, foram prestados pelo Partido Socialista através da palavra da então Secretária Geral Adjunta Ana Catarina Mendes e da Secretária para o Trabalho e Economia Social Susana Ramos, os esclarecimentos sobre o tema, e, pensávamos nós, face à forma como se desenrolou a reunião conduzida e concluída pelo Secretário Geral da Tendência, tudo teria ficado resolvido.

Na intervenção que então tive a oportunidade de fazer, realcei, entre outros aspetos, o facto de estarmos perante um problema que somente existia, em virtude da ausência formal no Partido Socialista da obrigatoriedade da participação de elementos sindicalistas nas listas, o que deixa ao critério dos responsáveis de topo do Partido, a inclusão ou não dos citados elementos. Por isso, o que fazia sentido era começar-se a trabalhar no sentido de uma solução que resolvesse de vez a questão, tornando obrigatório aquilo que é facultativo evitando-se, assim,  situações como aquela que estávamos a viver, resultante, alegadamente, de uma má relação entre o Secretário Geral do PS e o Secretário Geral da UGT.

Decorreram as eleições e eis que, o tema vem de novo a lume, suscitado pelo Secretário Geral da UGT e da TSS - Tendência Sindical Socialista,  Carlos Silva, com uma oportunidade que não estará certamente alheia ao facto de se aproximar a fase em que a TSS deverá indicar um candidato a Secretário Geral da UGT com o objetivo de ser eleito no congresso que se realizará no primeiro semestre de 2021.

Esta normal escolha, decorrente não somente do estabelecido no n.º1 do artigo 54º dos estatutos da UGT que limita o mandato do Secretário Geral a dois períodos consecutivos de quatro anos, mas igualmente ao discurso sofrido e reiterado, desde a tomada de posse até aos dias de hoje, de constituir para o Carlos Silva um elevado sacrifício, o facto de ser o Secretário Geral da UGT, parece ter agora um volte face, certamente à procura do estabelecido no n.º 2 do mesmo artigo, que autoriza um novo mandato desde que o Congresso o aprove por uma maioria de 2/3.

No dia 19 de janeiro o Público anuncia: “Carlos Silva alega falta de apoio do PS e anuncia saída da liderança da UGT”, e em desenvolvimento:  “não quero continuar…já está decidido e a UGT sabe disso”  precisando ainda na mesma entrevista: a necessidade de todos fazerem esforços no sentido de preparar uma candidatura “de um camarada” “da tendência sindical socialista da UGT”, que assuma em 2021 o comando da central.

O que é curioso verificar, é que em nenhum momento das sucessivas declarações de Carlos Silva a propósito do eventual mal-estar que o leva a não se recandidatar, ele refere a limitação de mandatos expressa nos estatutos da UGT.

Mas, eis que, afinal, conforme entrevista dada em 5 do corrente à SIC Noticias, haverá ainda uma janela de oportunidade para continuar, se o primeiro-ministro receber a UGT.

Aqui chegados importa perceber como este tema e a forma como foi trazido para a opinião pública tem, em minha opinião, a única virtude de justificar um volte-face do atual secretário geral da UGT, dando por não dito aquilo que, muito antes dos motivos agora invocados, sempre referiu, quanto ao seu limite nos dois mandatos estatutários, nomeadamente pelos sacrifícios pessoais e familiares que representava a sua permanência à frente da UGT.

Tudo o que se tem passado, fragiliza a UGT, dá desta uma imagem de ligações “perigosas” partidárias, que não é, nem pode ser o apanágio da Central Sindical, resumindo de forma caricatural o papel da UGT e do seu Secretário Geral ao facto de ser ou não recebida pelo primeiro-ministro.

A UGT é muito mais que isso.

Se entende que o comportamento do Governo é inibidor do desenvolvimento da sua atividade sindical, possui enquanto Central Sindical, naquilo que é a sua atividade em prol do desenvolvimento do país e dos seus trabalhadores, armas mais poderosas para empunhar do que aquelas que transparecem das palavras do seu Secretário Geral.

Não pode, nem deve, é deixar que uma questão partidária, supostamente iniciada no pleito entre os anteriores candidatos a secretários gerais do PS, possa constituir, para qualquer das partes, o motivo para este estado de coisas.

Os trabalhadores portugueses precisam de uma UGT fora das clivagens internas do PS, precisam da UGT com um Secretário Geral de corpo inteiro, que tenha uma paixão pelo que desempenha  e não um sacrifício permanente, fazendo, por isso, da sua presença à frente da Central um objetivo constante.

Os sindicalistas socialistas precisam de, pelos meios ao seu dispor, criar as regras necessárias, para, se for esse o desiderato, ter no futuro representantes seus nas listas de deputados e, com isso,  regressar à A.R. nas listas do P.S., quem sente, porque trabalha, quais são os verdadeiros problemas dos trabalhadores, procurando assim, naquele local, as melhores soluções.

O Partido Socialista precisa de entender a importância do mundo do trabalho e, com isso, dar o devido valor a quem trabalhando por conta de outrem vivencia a natureza das relações laborais, sentindo na pele, muitas vezes, a iniquidade presente no dia a dia dos trabalhadores, longe dos gabinetes onde os cientistas sociais estudam os números frios das estatísticas, fundamentais para o desenvolvimento das macro políticas, mas insuficientes para responder ao arbítrio diário do quero, posso e  mando como são diariamente confrontados, em muitos locais, os trabalhadores e trabalhadoras deste país.

Para isso é preciso que haja, igualmente no PS,  a humildade de reconhecer o papel fundamental que o movimento sindical desempenha, quer enquanto um dos pilares do sistema democrático, quer enquanto porta voz formal das preocupações e anseios legítimos dos trabalhadores que representa.

Carlos Marques

 

Sindicalistas socialistas da CGTP-IN ausentes da Comissão Permanente de Concertação Social pela primeira vez desde 1987

Pela  primeira vez, desde Novembro de 1987 , ano em que a CGTP-IN assumiu os seus lugares na Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS...