Pela primeira vez, desde Novembro de 1987, ano em que a CGTP-IN assumiu os seus lugares na Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), os sindicalistas socialistas da CGTP-IN não participaram na reunião, que hoje se realizou, deste órgão tripartido, de diálogo social.
Também aqui, a visão que sempre introduzimos nas discussões preparatórias dos temas que vão a debate na concertação social, a reflexão ficou amputada de pensamento critico e procura de soluções equilibradas, que sempre nos caracterizou e que muitas vezes sinalizámos publicamente.
Uma organização sindical que não reflecte o pensamento de todas as suas componentes político-ideológicas que existem e interagem, deixa de fora o pensamento dos trabalhadores socialistas, independentes e de outras correntes de opinião político- ideológicas.
Esta situação resulta do facto da Comissão Executiva da CGTP-IN, eleita no XV Congresso, realizado a 23 e 24 de Fevereiro de 2024 estar amputada de uma ampla representação do mundo do trabalho.
Efectivamente, porque, ao não incluir na sua composição sindicalistas de todas as correntes de opinião político-ideológicas das esquerdas que existem, coexistem e intervêm nos locais de trabalho, em particular, os sindicalistas socialistas, a actual composição da Comissão Executiva está amputada da realidade político-ideológica e sindical vivida pelos trabalhadores e trabalhadoras.
Recordamos que desde o Congresso de Todos os Sindicatos, em Janeiro de 1977, os sindicalistas socialistas da CGTP-IN sempre participaram activamente na Comissão Executiva da CGTP-IN, tendo contribuído decisivamente para a sua acção, apoio indefectível da classe trabalhadora e reconhecimento público.
Recordamos também que, ao longo da história da CGTP-IN, sempre houve diferenças e divergências entre as diversas correntes de opinião político-ideológicas, designadamente sobre os conteúdos programáticos e os equilíbrios entre as várias correntes, aquando da composição dos órgãos dirigentes, com destaque para a Comissão Executiva.
Estes equilíbrios político-ideológicos nos órgãos são absolutamente necessários e sempre existiram desde 1977, repetimos, porque, no mundo do trabalho, há diversidade e pluralismo ideológico entre os trabalhadores e as trabalhadoras.
Esta realidade é expressa na Confederação, na qual coabitam dialecticamente, nos órgãos sindicais, sindicalistas das correntes de opinião político-ideológicas do PCP, PS, BASE-FUT, BE, católicos progressistas e independentes, apesar de a corrente de opinião político-ideológica do BE nunca ter participado na Comissão Executiva.
Pugnamos por uma CGTP-IN capaz de defender os interesses da classe trabalhadora plural, assente nos seus princípios de Unidade, Democracia, Independência, Solidariedade e Sindicalismo de Massas.
São estes os princípios e objectivos que continuaremos a defender em todos os espaços de intervenção em que os sindicalistas socialistas e independentes desempenham a sua acção sindical no mundo do trabalho: desde os locais de trabalho até à Confederação, passando pelos sindicatos, uniões, federações e outras organizações sociais.
Lisboa, 07 de Maio de 2024
O Secretariado Nacional da CSS da CGTP-IN