Comemoramos sempre com emoção
renovada o DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES.
“Todos os dias são dias das mulheres”. Diz-se. Acrescento: “o 8 de Março é
apenas a comemoração institucional do nosso poder!” Pese embora a banalidade da
afirmação é cada vez mais o que sinto. Mas mais do que aquilo que sinto é
sobretudo o que espero da nova geração.
O debate que interessa é se a
luta de já várias gerações sobre igualdade de oportunidades e a promoção de uma
sociedade paritária deu os seus frutos.
Desde as primeiras medidas legislativas de iniciativa do governo de
Mário Soares, passando pela difícil, demorada e esforçada batalha pela IVG,
pelas lutas do terreno do movimento sindical, pela chamada lei das quotas
também da responsabilidade de outro governo socialista, mas sobretudo pela luta
persistente e continuada das mulheres – heroínas anónimas do nosso quotidiano,
não há hesitação possível: SIM, valeu a pena! É por isso que convivo
dificilmente com um discurso “de choradinho”, de desgraça e de infortúnio.
O essencial, o que é verdadeiramente importante sublinhar é que apesar
das discriminações, das injustiças, da violência, das ameaças, dos assédios,
das chantagens, as mulheres não desistem e conquistam a esfera pública.
Afirmam-se como profissionais, militam nos sindicatos e nos partidos, saem das
universidades em maior número e com melhores classificações, alcançam cada vez
mais e em maior número lugares de responsabilidade, continuando a assegurar o
essencial das tarefas domésticas e dos cuidados a prestar a filhos e
ascendentes. Devemos, por isso sublinhar ainda: que apesar do lugar para que a sociedade, por vezes nos pretende
empurrar, não desistimos de dizer ao mundo que sem um poder partilhado tanto na
esfera pública como na privada, não existe desenvolvimento humano, cultural ou
mesmo económico.
Wanda Guimarães
Deputada do
Partido Socialista