quarta-feira, 8 de setembro de 2021

23º Congresso do Partido Socialista - Moção - Por Uma Ideologia de Esquerda e algumas considerações



 

Moção POR UMA IDEOLOGIA DE ESQUERDA

Formámos um grupo de reflexão há cerca de 8 anos. Temos um blogue e nunca deixámos de nos interessar pelas questões do mundo do trabalho.

Somos mulheres e homens, militantes socialistas de longa data, oriundos, maioritariamente, do movimento sindical.

Porquê esta moção? Porquê “Por uma ideologia de Esquerda”? Porque o Congresso deve ser um espaço de debate, aberto, arejado, de ideias e de propostas.

Pretendemos demonstrar:

1. Através de dados estatísticos eleitorais de alguns países europeus (Alemanha, Espanha, França e Grécia) que sempre que o socialismo democrático/social-democracia abdicou da sua identidade de esquerda e mimetizou a direita, a extrema-direita cresceu. Para que servia ser de esquerda se esquerda e direita se confundiam e  projetavam modelos de sociedade muito idênticos?

2. Que a 3ª via de Blair e Schröder, foi a coveira do socialismo democrático na Europa e de um declínio de anos, que parece estarmos finalmente a ultrapassar. Em alguns países os partidos da social-democracia começam outra vez a emergir e a traçarem linhas vermelhas de vergonha quando formam governo. Na Alemanha temos o SPD à frente.

3. Que Portugal e o PS têm sido a exceção. Porque a opção tem sido derrotar a extrema-direita pelo reforço da esquerda e, também, como a aposta do PS nos serviços públicos, sobretudo, no combate à Covid, derrotou as teses neoliberais.

E, finalmente, uma conclusão em que elencamos algumas medidas que o governo do PS deve manter ou adotar.

As políticas vigentes em muitos países da União Europeia evoluíram para a desvalorização da ideologia em prol de uma visão contabilística menorizando o trabalho enquanto atividade essencial da dignidade do ser humano e adotaram políticas orientadas para o emagrecimento e redução dos poderes públicos.

A “moda” fixou-se em modelos económicos vocacionados para a obtenção de resultados imediatos, mais orientados apenas para o lucro pelo lucro, do que para a criação de empresas que contribuam para uma mais justa repartição dos rendimentos, proporcionem produtos e serviços necessários às populações, sejam geradoras de emprego e contribuam para a riqueza dos países.

Em Portugal, não tem sido este o percurso dos governos socialistas. Aliás, nas suas diferentes formulações. O governo de António Costa mantém o mesmo nível de prestígio e de aceitação do início, apesar de mais de ano e meio de uma duríssima crise pandémica para a qual não existia preparação possível. É esta linha de coerência, enquanto partido do socialismo democrático, que o povo exige e, por isso, lhe dá a sua confiança. E, é por isso, que ao contrário de outros países europeus, em Portugal, o partido da extrema direita não cresce à custa do PS, mas alimenta-se dos votos dos partidos da direita -  PSD e  CDS.

A realidade é complexa, mas a conclusão é simples. A população continua a apoiar um governo socialista porque existe uma linha de coerência entre aquilo que ele é e os princípios que defende, o que promete e o que realiza.

 VIVA O PS – VIVA PORTUGAL!

Wanda Guimarães

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