quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Opinião - Parlamento debate salário mínimo


Durante mais de duas horas debateu-se no Parlamento na passada 6ª feira um projecto de resolução do Partido Comunista Português (PCP) sobre o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) para os 650 Euros, como aliás já tínhamos anunciado.

Diria que, generalizando o que implica sempre algumas imprecisões, foram expressas 3 perspectivas: uma defendida pelo PCP e o Bloco de Esquerda (BE) que dentro das suas competências, defendem que a decisão sobre o montante do SMN deve ser apenas do governo, sem passar pela Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), ignorando o preceito constitucional que a autoriza a dar parecer sobre este assunto.

Uma segunda perpectiva, defendida pela direita (Partido Social Democrático – PSD e Partido do Centro Democrático e Social/Partido Popular – CDS/PP) atribui à CPCS praticamente a exclusividade da decisão, convocando organizações sindicais e patronais para um resultado consensualizado, seja ele qual for.

Uma terceira opção, expressa pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista (GPPS), para além de referir o papel fundamental do SMN no combate à pobreza e numa mais justa distribuição de rendimentos, lembrou a reposição de direitos e rendimentos continuada e persistentemente levada a cabo por este governo, criando um clima de confiança e de normalidade democrática. Clima esse, aliás apenas possível de ter sido alcançado, pelo cumprimento do seu programa e que consagra o maior aumento do SMN, 95 Euros, de que há memória no Portugal democrático, estando previsto a sua subida para os 600 Euros a partir de Janeiro de 2019 e a sua discussão pelos parceiros sociais, cabendo como é evidente a decisão política ao governo do Partido Socialista. 

Ignorar completamente um instrumento de desenvolvimento e diálogo social como a CPCS, parece-nos um desperdício que apenas favorece os patrões. Por isso, em consciência não acompanhámos este projecto de resolução, que acabou por ser rejeitado.

O governo do Partido Socialista saberá encontrar a resposta adequada como o tem feito até aqui. Os portugueses e as portuguesas sabem-no e reconhecem-no.

Deixemos a democracia funcionar!

Wanda Guimarães

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