A CGTP-IN manifesta a sua preocupação com a situação na Ucrânia,
com o agravamento da escalada militar na região e o envolvimento de operações
militares da Rússia. A guerra, que condenamos, não é solução para qualquer
problema e a situação que se vive na região preocupa naturalmente todos os que
defendem a paz e que desde sempre se mobilizaram em sua defesa e da resolução
pacífica dos conflitos.
A escalada da guerra não pode ser desligada de uma dinâmica mais
geral, que se vem intensificando ao longo do tempo, em que a NATO, os EUA e os
seus aliados têm assumido um papel central no acumular de tensões militares e
na intervenção, bombardeamento e destruição de diversos países do globo, em
particular no bombardeamento da Jugoslávia, na intervenção no Iraque (com o
argumento hoje já provado falso da presença de armas de destruição em massa),
na Síria ou na Líbia.
Assim, recusando visões maniqueístas e tendo presente a natureza
do actual governo russo e o seu papel na defesa dos interesses dos grandes
grupos económicos no país, a CGTP-IN reforça que os últimos desenvolvimentos
são inseparáveis dum processo para o qual contribuiu de forma particular a
intervenção directa dos EUA, da NATO e dos seus aliados, nomeadamente com o
golpe de estado na Ucrânia em 2014, protagonizado por forças fascistas que,
entre muitos e graves crimes, foram responsáveis por incendiar uma sede dos
sindicatos ucranianos e provocar a morte de mais de 40 sindicalistas.
Esta condenável guerra, insere-se num processo que não se desliga
de uma permanente aproximação das fronteiras russas por parte da NATO e do
romper de acordos que desde os anos noventa existiam e que Rússia vê como
ameaça à sua segurança. Tal como não se desligam das profundas divisões
internas na Ucrânia e das permanentes violações de cessar-fogo acordado em
Minsk que, desde 2015, o governo ucraniano vem promovendo na região do Donbass.
A solução pacífica do conflito exige uma correcta compreensão do
mesmo. A CGTP-IN apela ao Governo que desenvolva uma acção que pugne pelo
cumprimento da Constituição da República Portuguesa que consagra “a solução
pacífica dos conflitos internacionais” e “o desarmamento geral, simultâneo e
controlado”.
Impõe-se assim que Portugal não se insira numa crescente escalada
bélica, nomeadamente com o envio de efectivos militares, e contribua, assente
nos princípios da Carta das Nações Unidas, para promover a paz e a segurança na
Europa, para o desanuviamento da situação, com vista à solução pacífica do
conflito.
A CGTP-IN afirma o seu compromisso de sempre em defesa da Paz,
afirmando a preocupação sobre a situação dos trabalhadores e do povo, os
primeiros e principais afectados pela guerra e a destruição.
INT/CGTP-IN
25/2/2022
extraído do sitío da CGTP dia 28 de fevereiro às 16h00.
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